domingo, 14 de novembro de 2010

Entre reinações e caçadas: minhas impressões sobre Monteiro Lobato

Assim, particularmente, EU não sou fã de Monteiro Lobato, li alguns de seus livros: As caçadas de Pedrinho, Saci e os dois volumes de Os doze trabalhos de Hércules ainda quando era criança, entre os nove e os doze, e posteriormente fiz algumas pesquisas sobre ele e vou confessar que mesmo quando era criança não era fã.

Sempre me desagradava a maneira que Emília tratava Tia Anastacia e todo mundo, ela é extremamente mal educada e minha avó era negra (era pq faleceu) e na minha imaginação infantil algumas coisas me entalavam com Emília e o fato de Narizinho não ir a escola me dava abuso, sempre adorei a escola (mesmo quando vivi problemas a escola era um lugar que eu gostava)... Isso me referindo "As caçadas de Pedrinho" e ao livro "Saci", só li "Os doze trabalhos de Hercules" pq aos 12 anos eu já era louca de amor por Mitologia Grega (Cavaleiros do Zodiaco também é cultura táh, sempre acho interessante a versão oriental dos mitos ocidentais) e também vivi essa angústia pq Narizinho não vai a essa aventura, fica cuidando da avó no Sítio.

Enfim, depois de começar a estudar história fui dá uma olhadinha em "Reinações de Narizinho" e me estarreci com um Monteiro Lobato que diz que Tia Anastacia é a "negra de estimação" do Sítio!!! Ops, o que é isso? Fala sério!!!

Ah, lembrei da história que me fez ver Reinações, conto ela aqui pq acho importante: uma amiga ganhou de uma amigo uma edição de "Histórias de Tia Anastacia", é que ela tem uma filhinha e gosta de ler histórias para ela, minha amiga foi ler para a menina dela despreocupadamente e imagine só o que aconteceu?

Ela me confidenciou que enrolou a pirralha e não terminou nem a primeira página. Graças a Deus! Afinal basta o mundo para expor as crianças de cor a situações de preconceito e violência simbólica, elas não precisam vivenciar esse tipo de experiência dentro de casa e menos ainda na hora de dormir. E seria hipocrisia da parte de qualquer um negar que o preconceito existe e que situações simbolicamente e as vezes concretamente violêntas são rotina na vida de homens e mulheres de cor no Brasil.

Deixa esse livro para a menina ler quando for mocinha e tiver meios intelectuais para entender o contexto histórico em que a obra de Monteiro Lobato foi escrita, quem era o homem e a própria história afro-brasileira néh! "Vamos devagar com o andor que o Santo é de barro"

Aliás, sobre ir "devagar com o andor pq o santo é de barro", acho que é mais ou menos isso que propõe  o Conselho Nacional de Educação com o Parecer CNE/CEB n°.15/2010 (que está aguardando homologação pelo Ministério de Educação), cujo assunto é uma possível “orientação para que a Secretaria de Educação do Distrito Federal se abstenha de utilizar material que não se coadune com as políticas públicas para uma educação antirracista”. Algo que é muito pertinente, se a Secretaria de Educação pretende distribuir nas escolas livros de Monteiro Lobato, ou qualquer outro autor que nesse livros existam Introdução, Prefacio ou notas de rodapé esclarecendo sobre o período histórico, sobre as relações interracias que marcaram esse periodo e derivativos. Afinal as histórias de Monteiro Lobato que chegam até nós através da Globo são muito diferentes das que chegam através do punho do autor.

Quando comecei fazer releituras da obra de Monteiro Lobato entendi coisas que não percebia antes, mais tarde passei a me debruçar com mais atenção sobre a História Afro-brasileira, que é a história de todos nós, e sobre os intelectuais afro-brasileiros... Descobrir Solano Trindade, redescobrir Machado de Assis, encontrei com um José Carlos do Patrocínio, "Tigre da Abolição" e tantos outros nomes que marcaram nossa história que são esquecidos, nem aparecem nos livros didáticos e ainda de quebra são embranquecidos.

Descobrir nessa onda os motivos de Monteiro Lobato tecer sua narrativa e, sinceramente, minha opinião pessoal é que o fato dele ser um grande nome da Literatura Brasileira mostra apenas que o brasileiro é racista e machista e nem percebe. (Mas, isso é pessoal viu gente).

Bem, essa é minha opinião pessoal sobre o tema e como este é meu blog é um lugar mais que adquado para colocar essa opinião.

Ainda sobre Monteiro Lobato e minhas pesquisas sobre ele e a questão do afro-descendente, encontrei um conto dele que tem o titulo "Negrinha" e fala de uma menina que mesmo depois da Abolição continua sendo tolerada na casa da ex-senhora de sua mãe para ser vitima de violência e maus tratos constantes até morrer de febre e ninguém nem perceber direito... Nesse conto a gente encontra um Monteito Lobato que denuncia as violências sofridas pelos homens e mulheres, violência contra a criança, detalhes de uma sociedade altamente hipócrita e derivativos... Nas palavras dele de negrinha ficaram apenas duas impressões:

"Uma cômica, na memória das meninas ricas:
— Lembras-te daquela bobinha da titia, que nunca vira boneca?
Outra de saudade, no nó dos dedos de D. Inácia: — Como era boa para um cocre!..." 
(LOBATO, 1927)

Juntando esse conto com as obras infantis a gente ver a ideia de Monteiro Lobato a cerca do lugar do negro na sociedade: sempre servindo e na dependência dos brancos de posse... Ou uma sofrida Negrinha, "negra de estimação" de uma mulher má ou uma boa tia Anastácia, "negra de estimação" de uma mulher boa e generosa como Dona Benta! Sempre vistos como seres a servir, colocados na copa e na cozinha, sempre com seus destinos a serem determinados por terceiros... Eu detesto essa forma de olhar... e mesmo sabendo o momento histórico de Monteiro Lobato e considerando tudo isso, sei essa visão de mundo e essa forma de relação interracial ainda persiste em nossa sociedade, é uma continuidade.

Bem, minhas sinceras desculpas aos fãs do homem, eu não sou ninguém no jogo do bicho, minha opinião é só minha opinião táh, mas é justamente desconstruir essas imagens do Negro em nossa História que humildemente pessoas como eu, que trabalham pesquisando História e Cultura Afro-brasileira, querem.

Queremos que as pessoas percebam que embora homens e mulheres de cor tenham ocupado esses lugares de sofrimento e subordinação houveram outros lugares para eles... Os negros não foram apenas escravos, foram também homens e mulheres que superaram a escravidão, chegaram aqui e deram a volta por cima.  A abolição não é resultado apenas do trabalho de homens como Joaquim Nabuco ou dos interesses dos ingleses, mas sim do trabalho duro e constante de homens e mulheres negros e negras que compunham uma imprensa negra, pessoas que se movimentavam não só fisicamente como intelectualmente, que organizavam um discurso que validava a Abolição, organizavam fugas coletivas, faziam coisas que até Deus duvida e que me enchem de orgulho de ser herdeira de uma cultura afro-descente, tanto quando sou herdeira da cultura portuguesa e indígena.

Ah, como professora, mesmo não morrendo de amores, eu até trago Monteiro Lobato para a roda de leitura, não dá para ignora-lo, mas trago através dos estudos recentes sobre a representação do negro na literatura infantil, como por exemplo a desses textinhos legais que capinei na net com a ajuda de pessoas que também pesquisam esse tema, a saber:

Imagens do negro na literatura infantil brasileira: análise historiográfica. de Maria Cristina Soares. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, nº 1, p.77-89, janº/abr.2005. Disponível aqui!

A figura do negro em Monteiro Lobato. de Marisa Lajolo. Presença Pedagógica. vol. 4, nº 23, p. 23-31, set/out. 1998. Disponível aqui! 

O universo ideológico da obra infantil de Monteiro Lobato de Zinda Maria Carvalho de Vasconcelos.
"... a autora analisa a obra infantil de Lobato com argúcia, perspicácia e conhecimento de causa, apoiada na sua própria ideologia, mas sem preconceito, numa brilhante crítica que sabe compreender e interpretar não só a obra, mas também a personalidade e as contradições do escritor que, sendo intransigente fiel a si mesmo, foi igualmente fiel ao Brasil e às suas crianças." 
 
Acho absurdo que os livros de Monteiro Lobato venham para as escolas com nota de rodapé falando sobre as questões ambientais que cercam "As caçadas de Pedrinho" e não falem sobre as questões que envolvem as relações raciais e acho que a denuncia de Antônio Gomes da Costa Neto, mestrando da UNB e toda a polêmica gerada em torno são o máximo... Se queremos construir um Brasil verdadeiramente igualitário onde a cidadania de direito seja exercida de fato por todos temos mesmo que colocar nossa boca no trombone!!!

Não é questão de banir as obras de Monteiro Lobato, como a imprensa alardeou aos sete ventos nas últimas semanas, mas sim de não deixar passar em branco as relações raciais contidas na obra do homem... e sobre isso tem um texto muito interessante no Blog da Cidinha... Achei super esclarecedor e recomendo!

14 comentários:

  1. Jaci este é um dos textos mais lúcidos que eu li sobre o assunto e olha que eu li muitos!
    Nunca devemos nos esquecer que até a língua muda, as palavras ganham e perdem valor e é tendo isso em vista é que devemos ler Monteiro Lobato, Machado de Assis, José de Alencar, Alcantara Machado e tantos outros.
    Eu pessoalmente gosto da maneira de fazer literatura, principalmente a infanto juvenil, de Monteiro Lobato. Foi ele quem pela primeira vez no Brasil escreveu para criança sem tratá-la como completa imbecil ou mini adultos. Hoje eu não acredito que alunos de 10/12 anos possam ler Monteiro, pois isso exigiria deles um conhecimento que eles não tem, só um pequeno exemplo, quem saberia quem é Tom Mix? Tom Mix foi um cowboy do cinema mudo! Sendo assim, com ou sem a questão racista,a preconceituosa e etc, não é mais leitura para crianças.Na minha modesta opinião.
    bjs
    Jussara

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  2. Quanta bobagem! Agora TUDO é motivo para se acusar as pessoas de racismo! Racismo pode ser de ambos as partes, pois quando é um branco que chama um negro de "negro" é ofença, mas e quando é um negro que chama um branco de "branquela" aí é só "modo" de falar?? Ahhh faz favor né!
    Monteiro Lobato é um dos maiores escritores infantis, e agora por falta do que fazer e para desviar a atenção do problema sério do ENEM ficam com essas pataquadas!!
    O Brasil ainda precisa evoluir muuuuito mesmo!
    Cris

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  3. Jaci, nada como um outro ponto de vista...
    Li muito sobre o assunto, e seu post foi um ponto de vista diferente do que vi até agora.
    Vou pensar a respeito, pois fiquei dividida.
    Quer coisa melhor para um post? Fazer pensar é o que há...
    Beijos e parabéns pela abordagem.

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  4. Perfeitas as considerações da Jussara, obrigada por se dar ao trabalho de comentar, pq vc sim é sempre muito lúcida em suas analises... obrigada mesmo!!!

    Cris, não é que hoje TUDO seja racismo, é que a sociedade brasileira sempre foi racista, machista e simbolicamente violênta, mas apenas HOJE nós temos o direito de falar abertamente sobre esses temas... Não nego que Monteiro Lobato seja um grande escritor, e sim sobre a questão de chamar alguém de "negro" ser ofensa é bom pensar: "pq será que isso acontece?" "Que idéias são vinculadas a negritude através do tempo?" "O que se quer dizer quando chamamos uma pessoa de negra?" Quando chamo os meus amigos de negro nenhum deles toma por ofensa, quando sou chamada de negra, mesmo não tendo a pele negra, também não tomo por ofensa, pq será que isso ocorre???

    Alexandre vi o linck, mas não consegui ajeitar, o texto tá nesse endereço: http://www.scielo.br/pdf/ep/v31n1/a06v31n1.pdf.

    Concordo com vc, não podemos proibir a obra do homem, isso é apagar um capitulo de nossa história e isso não dáh, o que devemos é problematizar!!!

    E sim, vi esse documentário, é massa, valeu por pontuar!!!

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  5. Concordo qdo vc diz que deve-se esperar até que as crianças crescerem para absorverem a obra.
    Toda arte é fruto de seu tempo e não concordo em se banir, mas se trabalhar a própria do preconceito.

    Bjs

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  6. Pandora,
    Excelente teu post,pertinente.
    Que Deus te abençoe com bençãos sem medida!
    Sejas feliz neste dia e em todos os demais,boas energias!
    Abraços,
    Mari

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  7. Minha amiga Pandora,
    Muitíssimo interessante o seu ponto de vista-opinião, sobre as obras de Monteiro Lobato.
    No tempo em que foram escritas estas obras não tínhamos a consciência sobre o bom-mau, correto-incorreto, bem-mal, com relação ao racismo (que era e ainda é uma realidade brasileira), política, estudos, criação, e tudo mais que hoje é tão usual e contra o qual estamos lutando dia a dia...
    Sou loura de olhos verdes, passaria por caucasiana em qualquer país e-ou lugar do mundo, no entanto, sou bisneta de escravos, tenho sangue negro e com muito orgulho em minhas veias e acredito que dfinir superioridade-inferioridade levando, inicialmente, em conta a cor da pele é absolutamente estúpido...
    Na época em que era menina lia os livros de Montero Lobato, mas lá dentro de mim, alguma coisa dizia que algo ia mal... eu só não sabia o que era!!!
    Gostei muito do teu post!
    Beijos, flores e muitos sorrisos!

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  8. OI Jaci, que prazer estar aqui e ler este texto. Eu ainda estou formando minha opinião. Amei a obra de Monteiro Lobato, que li criança, mas nasci branca e convivi muito pouco com questões raciais, então, não posso dizer que me afetasse. Talvez tenha me afetado sem que eu percebesse, e entendo este alarme. Acho a discussão super importante, colocar o tema em foco, não fingir que não existe. Que todos os lados se manifestem e a gente encontre uma saída. Notas esclarecedoras podem enriquecer a obra, fazer olhar o outro lado. Varrer as obras para baixo do tapete não, já foi-se o tempo das "obras proibidas", lidas de maneira escondida, cochichadas em pequenos grupos, valorizadas por este fato, censuradas. A discussão é muito válida e, se bem conduzida, pode trazer crescimento.
    Beijos.

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  9. Pandora, acabei de ler o texto da Tati e vim correndo para cá. Li com atenção o que você escreveu e, como sou a favor de debates amplos, de somar e crescer, gostaria de colocar, também aqui, o meu modesto ponto de vista que deixei registrado lá no blog da Tati. Eis o que eu disse: "..., oportuna a reflexão. Esse negócio de proibir, de tirar de circulação é puro retrocesso e a própria História já mostrou que não funciona. Eu vejo por outro prisma. Se, ao serem apresentadas aos alunos, as tais obras, forem devidamente contextualizadas no tempo e no espaço, pelos professores, haverá a devida compreensão e, inclusive a oportunidade para abordagem mais profunda a respeito do assunto, e poderá ser mostrado às crianças que realmente evoluimos como pessoas. Que hoje, social e legalmente rechaçamos o preconceito, que existiu (e muito) no passado. E foi ostensivo e perverso. Afinal, a obra de Monteiro Lobato, é comprovadamente, de excelente valor literário. Que culpa ele teve de retratar a sua época? Será que os arautos da modernidade querem reformar o passado? Porque impedir as pessoas de conhecer uma obra tão rica? Que interesses tem por trás de tudo isso? Ah, que alguém ganha com isso, não tenho dúvidas. Mas não serão as crianças, nem os professores. Nem eu. Rsrs.
    Querida, ainda pretendo fazer um post a respeito também, pois esse assunto, me angustia."
    Bjsssss amiga e parabéns pelo post. Excelente.

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  10. Não resisti e acabei fazendo um texto no meu blog, com link para o seu.
    Beijos.

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  11. Olá, Pandora!
    Cheguei aqui pelo blog da Tati. O que segue comentei lá no blog dela e acho que cai bem aqui também.

    Me dá rebuliço nos nervos(esse assunto), pois sei na pele o que é preconceito. Se fosse "um qualquer um" dizendo ou escrevendo "carne preta", "macaca"? Seria criminoso! Monteiro Lobato escreveu quando isso era normal. Normal? Mas quem fez o normal, quem o faz? A sociedade!!! Continuar aceitando, deixando passar, é deixar passar também resquícios de discriminação e preconceito. Mas como, né, censurar um escritor consagrado? Acho que o melhor seria reformular as expressões nos pontos críticos. Não é assim que fazem com a bíblia para que se adapte aos novos tempos? É assim. Nem por isso perde sua mensagem essencial.

    Beijos na alma, adorei conhecer seu blog, Pandora!

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  12. Olá, Pandora, achei seu post através do blog da Tati e gosto muito das pertinências diante de assuntos polêmicos. Muito bem tratado por você, na minha opinião. Não podemos poupar ninguém das diferenças de posturas, mas não podemos também permitir que se façam assepssias ideológicas como vem ocorrendo atualemente no mundo ocidental com o advento do politicamente correto, que acho uma tentativa sórdida de eliminar os contraditórios, tão essenciais ao desenvolvimento social e humano de um povo. Acho que o ministério da educação tem uma tarefa hercúlea com a formação de nossas crianças e jovens e isso poderia ser tratado num simples prefácio ou nota de rodapé. Ou mesmo na preparação melhor de nossos docentes, que também estão saindo da escola para ensinar o que não aprenderam na vida, além de metodologia e didática (não generalizo , mas acho que já são maioria). Gostei muito de sua abordagem. Meu abraço. paz e bem.

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  13. A "Folha de S. Paulo"(25/11) garantiu voz ao Conselho Nacional de Educação, e mesmo em seis mãos ele usou mal o espaço, pois evitou colocar o que, realmente, está escrito no Parecer CNE/CEB n°.15/2010 . O livro "Caçadas de Pedrinho" será retirado das salas de aula da rede pública (cortado, banido), até que professores aprendam a lidar com questões raciais, caso o parecer seja homologado. Primeiro: Observando o parecer é notório que fere professores, pois parte do pressuposto de que eles não têm condições para fazer leitura crítica com estudantes (o CNE foi infeliz no parecer). Segundo: Até parece que ninguém leu um livro chamado "Fábulas, Histórias de Tia Nastácia, Histórias diversas" que se encontra nas prateleiras de algumas escolas. Nas "Fábulas", ao final, dona Benta conversa com os netos e os demais sobre as histórias, e corrige falsos argumentos. Nastácia ganha status de rainha quando a mestra fala sobre sua origem. "Caçadas de Pedrinho" não tem "moral da história", mas está mais para fábula. Se os ambientalistas achassem ruim poderíamos analisar com cautela, mesmo assim teríamos que acabar com muitas histórias, jogar fora muitos livros. o CNE deve ter em mente a não cassação temporária, tampouco a suspensão, dando parecer diferente, mais elaborado. Para isso basta anexar nota explicativa, sem mexer no texto, como Lobato fez em "Fábulas" (Publicado em 1973). Terceiro: Por que o livro não pode ser usado nas escolas públicas? Nada se falou sobre particulares. Acaso estudantes e professores de escolas públicas têm intelectualidade inferior? Não têm, basta ler estudos realizados recentemente sobre o cérebro e a aprendizagem. Se não considerarmos o contexto histórico das diversas obras - e esclarecermos o fato para a sociedade - podemos desde já deixar de fazer citações de vários autores em teses, dissertações e afins. Seria o caso de tirarmos das estantes das escolas públicas e particulares a maioria de grandes autores brasileiros. Revistas em quadrinhos, idem. O CNE pecou, e pecou. E nem adianta vir a público dizer que foi mal compreendido. Pode-se até defender, porém acredito que a única defesa possível é a de que o parecer não partiu apenas de uma professora da UFMG, mas de várias pessoas - de um Conselho. Espero que a revisão do texto seja feita com critério pelo mesmo, sem explicações inócuas. Chico Bastos escreveu que “...o CNE reviu sua posição e o MEC recomendou apenas que as novas edições contenham nota explicativa do contexto histórico em que o livro foi escrito”. No texto parece que o CNE afronta o MEC(sem citá-lo), do qual faz parte. O que está acontecendo, afinal?

    Modesta Trindade Theodoro

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  14. Oi Jaci, Hoje vim através da Elaine...já te sigo, mas esse texto eu não conhecia...e vim conferir...muito boa sua opnião...

    Legal mesmo! Tive lendo os comentários e concordo com o Alê tbém....tem que mudar quase tudo ainda...desde os livros escritos até as histórias de TV não é?

    Tiespero no bloguito, hj postei uns morangos de tecidos que fiz, vai lá e me dê sua opnião.

    Link: http://www.joanacampos.com/2011/02/morangos-silvestres.html

    bjs

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