segunda-feira, 17 de maio de 2010

Um lenda indigena: Rudá, Guaraci e Jaci.

Rudá, Guaraci e Jaci 



No começo havia a escuridão. Então nasceu o sol, Guaraci. Um dia ele ficou cansado e precisou dormir. Quando fechou os olhos tudo ficou escuro. Para iluminar a escuridão enquanto dormia, ele criou a lua, Jaci. Ele criou uma lua tão bonita que imediatamente apaixonou-se por ela. Mas, quando o sol abria os olhos para admirar a lua, tudo se iluminava e ela desaparecia. Guaraci criou, então, o amor, Rudá, seu mensageiro. O amor não conhecia luz ou escuridão. Dia ou noite, Rudá podia dizer à lua o quanto o sol era apaixonado por ela. Guaraci criou também muitas estrelas, seus irmãos, para que fizessem companhia a Jaci enquanto ele dormia. Assim nasceu o céu e todas as coisas que vivem lá.

Outra versão:

JACI, a formosa deusa Jaci, a Lua, a Rainha da Noite que traz suavidade e encanto para a vida dos homens.


No início de todas as coisas, Tupã criou o infinito cheio de beleza e perfeição. Povoou de seres luminosos o vasto céu e as alturas celestes, onde está seu reino. Criou então, a formosa deusa Jaci, a Lua, para ser a Rainha da Noite e trazer suavidade e encanto para a vida dos homens. Mais tarde, ele mesmo sucumbe ao seu feitiço e a toma como esposa. Jaci era irmã de Iara, a deusa dos lagos serenos.
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Sei que existem outras lendas indígenas que explicam o surgimento da lua, mas recentemente uma amiga me lembrou essa  história em especial,  fiquei encantada com o gesto dela e pensei comigo mesma: "como pude esquecer essa história tão linda?! Não esquecerei novamente!". Desde já, vou tentar lembrar sempre não só de Jaci, a Lua como "o que a lua reflete"!

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Deixo ainda uma poesia linda, onde essas três divindades aparecem para contar uma história:


Alma de índia triste
Márcia de Sá

Peço a Guaraci que me ajude
que me proteja de tamanha dor
e que Jaci de noite me rodeie
que insone vago neste mar de açoite
e já não sei onde olhar por mim...

Rudá não viu...deixou que ele se fosse...
levando assim meu coração com ele
e desde então o dia virou noite
e meu suplicio vaga mansamente

Meu coração,arrancado do peito...
cortou os céus nas garras de uirapurú
foi dado então a Anhangá
pelos olhos verdes cores deste mar 
que deu a Caapora pra esconder na mata

Ainda sinto o coração bater
ele era meu,mas ja não posso ter
está plantado no peito da estrada
onde ninguem jamais poderá ver

ja enchi lagos,cachoeiras,rios
de minhas lagrimas,sempre a rolar
ja chorei tanto por este peito frio...
que fiz o mundo de Boiúna.

2 comentários:

  1. Oi Menina

    O passo a passo dos quadrinhos vi aqui http://casacorpoecia.blogspot.com/2010/04/pap-dos-quadrinhos-do-meu-quarto-e.html

    Faça que quero ver os seus...

    Beijos

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  2. Não conhecia essa lenda. Gostei! Mas Guaraci está sempre separado de sua amada, Jaci...

    Bonito texto, Pandora!

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